Mortes tratadas como naturais viram caso de polícia após investigação revelar trama contra americano e seu companheiro em MG

  • 05/11/2025
(Foto: Reprodução)
Casal homoafetivo pode ter sido envenenado em Governador Valadares A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, nesta terça-feira (4), um homem de 35 anos e uma mulher de 52, suspeitos de planejar o assassinato de um casal homoafetivo em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. As vítimas são Everaldo Gregório de Souza, de 60 anos, e Thomas Stephen Lydon, de 65, natural de Boston, nos Estados Unidos. Segundo as investigações, os suspeitos — uma irmã de Everaldo e um amigo do casal — teriam envenenado as vítimas com fenobarbital, um sedativo de uso controlado, para se apropriar do patrimônio e do dinheiro que somavam mais de R$ 1,3 milhão. O caso foi classificado pela Polícia Civil como “extremamente grave e chocante”. Em coletiva de imprensa, o delegado regional Luciano Cunha afirmou que o crime “pareceu coisa de filme, de novela”. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 Vales no WhatsApp Interesse financeiro A investigação apontou movimentações financeiras superiores a R$ 1,3 milhão relacionadas aos investigados após as mortes. Entre elas estão o resgate de uma aplicação no valor de R$ 379,2 mil em nome de uma das vítimas e a venda do imóvel do casal, registrada por cerca de R$ 950 mil. Para resguardar os interesses dos herdeiros, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 milhão em ativos financeiros e a restrição de veículos registrados em nome dos investigados. De acordo com o inquérito, o crime teve motivação patrimonial. Thomas era aposentado nos Estados Unidos e os valores da pensão eram transferidos para a conta de Everaldo. Entre os documentos apreendidos pela polícia estavam: Um certificado de apólice de seguro que colocava a irmã de Everaldo como beneficiária vitalícia; Uma procuração concedendo amplos poderes a um dos suspeitos — documento que chegou a ser usado para restringir o acesso da família ao prontuário médico da vítima; Registros de tentativa de transferência da casa do casal para o nome de uma terceira pessoa, o que indicava intenção de ocultar o patrimônio. Suspeita da família e início da investigação Everaldo Gregório de Souza, de 60 anos, e Thomas Stephen Lydon, de 65, foram mortos em junho Redes sociais As mortes foram registradas em junho deste ano. Thomas morreu no dia 20, e Everaldo seis dias depois, em 26 de junho. Na época, os óbitos foram tratados como naturais. A reviravolta na apuração começou em julho, quando familiares de Everaldo procuraram a Polícia Civil desconfiando das circunstâncias das mortes. Eles estranharam a rapidez no enterro de Thomas e o fato de Everaldo ter sido internado sem que os parentes fossem comunicados. Segundo a polícia, os suspeitos presos eram pessoas próximas das vítimas. A mulher era irmã de Everaldo, e o homem, amigo de Thomas. Ambos prestavam assistência ao casal e tinham livre acesso à casa onde eles moravam, no bairro Santa Rita. Durante a investigação, a polícia descobriu que a morte de Thomas foi registrada como consequência de um câncer de pele, com base em um documento de biópsia falso apresentado pela irmã de Everaldo ao médico que assinou o atestado. Por isso, o corpo não foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML). Já Everaldo morreu após ser internado com diagnóstico de coma alcoólico. “Foi um caso extremamente grave, com pessoas próximas, mas com intenções escusas, criminosas, que acabaram ceifando a vida de duas pessoas", afirmou o delegado Ciro Roldão Provas de envenenamento e fraude Corpos foram exumados para a investigação Polícia Civil Com o avanço das apurações, a Polícia Civil pediu a exumação dos corpos. De acordo com o delegado Luciano Cunha, o exame toxicológico confirmou a presença de fenobarbital no fígado de Everaldo, comprovando o envenenamento. O resultado do exame no corpo de Thomas ainda é aguardado. "Fenobarbital é um medicamento usado para tratar epilepsia. Essa substância, em alta dose, trava o sistema nervoso central e leva à morte", afirmou o delegado. De acordo com o delegado, a mulher investigada comprou uma quantidade incomum do medicamento no dia 9 de junho, poucos dias antes da primeira morte. As farmácias de Governador Valadares foram oficiadas e enviaram comprovantes da compra à polícia. Durante a busca e apreensão na casa dos suspeitos, foram encontrados receituários do SUS em branco e carimbos de médicos e psicólogos. A receita usada para adquirir o fenobarbital apresentava forte semelhança com a letra do homem investigado, segundo a perícia. A médica cujo carimbo foi utilizado no documento compareceu à delegacia e negou ser dela a assinatura que constava na receita. Outras suspeitas sobre o homem preso Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que o homem de 35 anos, que se apresentava como professor, mantinha um patrimônio incompatível com a renda e já era alvo de outros inquéritos. Entre os fatos apurados: Ele apresentou um laudo supostamente falso de autismo para tentar obter isenção do pagamentdo do IPVA; Era investigado pelo desaparecimento de uma prima, em agosto de 2023, que havia sido barriga de aluguel para ele e o companheiro; E também por uma possível ligação com a morte da própria mãe, ocorrida em novembro de 2024, nove dias após ela ter assinado uma procuração concedendo amplos poderes à ele. A prisão preventiva dos suspeitos foi decretada após a polícia levantar todos os indícios dos crimes e identificar que a advogada do investigado estaria orientando testemunhas a mentir, informando suspostos casos amorosos com uma das vítimas à polícia, com a intenção de justificar movimentações financeiras. Uma medida cautelar foi deferida na Justiça contra a defensora. De acordo com o delegado, a investigação revelou a frieza dos investigados em relação às mortes. Enquanto o homem de 35 anos tinha em mãos uma procuração com amplos poderes para responder por Everaldo, a irmã dele foi colocada com beneficiária vitalícia do seguro de vida dele um mês antes do falecimento. “Um dos suspeitos chegou a debochar das irmãs das vítimas durante o velório. Foi possível perceber que se trata de uma pessoa extremamente fria, possivelmente até um psicopata”, afirmou. Segundo a polícia, os dois deverão responder por homicídio duplamente qualificado, além de falsificação e uso de documentos falsos. O advogado da família, Thiago de Castro, afirmou que os parentes das vítimas esperam uma punição exemplar aos indiciados. O g1 tentou contato com a defesa dos denunciados, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem. VEJA TAMBÉM: Polícia descarta ação criminosa na morte de taxista que estava desaparecido em MG ‘Matei mesmo, cansei de apanhar’, diz mulher após matar o companheiro na zona rural de Coroaci Dez são presos em operação para desarticular grupo ligado ao Comando Vermelho em MG e BA Vídeos do Leste e Nordeste de Minas Gerais Veja outras notícias da região em g1 Vales de Minas Gerais.

FONTE: https://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/2025/11/05/mortes-por-doenca-viram-caso-de-policia-apos-investigacao-apontar-trama-criminosa-contra-americano-e-o-companheiro-dele-em-mg.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Top 10

top1
1. Deus Proverá

Gabriela Gomes

top2
2. Algo Novo

Kemuel, Lukas Agustinho

top3
3. Aquieta Minh'alma

Ministério Zoe

top4
4. A Casa É Sua

Casa Worship

top5
5. Ninguém explica Deus

Preto No Branco

top6
6. Deus de Promessas

Davi Sacer

top7
7. Caminho no Deserto

Soraya Moraes

top8
8.

Midian Lima

top9
9. Lugar Secreto

Gabriela Rocha

top10
10. A Vitória Chegou

Aurelina Dourado


Anunciantes